O estudo da inteligência artificial é pautado em um campo ainda repleto de dúvidas e incertezas, inerente ao próprio ser humano e sua interação com o universo, nossa capacidade e como nos relacionamos neste contexto. Nas vertentes de sua definição, é trilhado o campo do pensamento e raciocínio contra o desempenho humano, ambos conflitantes, mas capazes de se completar reciprocamente.
Neste contexto resultou no teste de Turing, o qual possui o intuito de fornecer uma definição operacional de inteligência. Com esta aplicação se busca identificar, mediante questionamentos feitos por um interrogador humano, se o outro interlocutor também é uma pessoa ou uma máquina.
Além da dúvida elucidada por Turing em uma interação máquina e homem, a compreensão do pensamento humano formou a estratégia de modelagem cognitiva, buscando a analogia de comportamento de entrada/saída e sincronização de um programa com os comportamentos humanos correspondentes. A doutrina de Aristóteles no campo da lógica também foi substrato para composição da inteligência artificial, pois com esta imaginou ser capaz de responder qualquer questionamento. Contudo, restou controversa sua aplicação no campo menos formal e sem que tenha uma orientação sobre as etapas de raciocínio que deve perseguir.
O agente deve ser capaz de produzir uma interação com o meio ambiente, adaptar-se, possuir controle autônomo prolongado no tempo, e mais que isso, ser um agente racional que alcance conclusões lógicos para melhor resolução dos problemas enfrentados. O agente ser humano é na verdade a composição de milhares de anos evolutivos e adaptativos ao ambiente que vivemos, mas ainda muito longe da perfeição, assim, a composição de uma inteligência artificial deve ser capaz de suprir demandas demasiadamente elevadas, transpondo tudo aquilo que somos e evoluindo a partir desse ponto.
O desenvolvimento da IA mediante estudo reflexo do ser humano deve abranger uma gama de disciplinas, a começar pela filosofia, capaz de criar relação lógica para o raciocínio e depois o colocar a prova quando conflitante ao livre arbítrio, pois neste se apresenta um paradigma com a vontade humana e uma pedra que cai em direção ao centro da terra. A filosofia apresenta também a inteligência como advinda de experiências e percepções, depois transformadas em conhecimento e ação, com a finalidade de conhecer os meios e melhor os aplicar para o fim esperado.
Partindo para o mundo das exatas, o estudo matemático para a IA resulta nas três áreas fundamentais, sendo elas a lógica, computação e probabilidade. Há problemas de complexidade exponencial, ou seja, sua resolução cresce exponencialmente a medida do tamanho de sua instância, bem como os estudos de probabilidade inclusive aplicados aos jogos de azar, campos que a computação trouxe resultados expressivos.
A Economia também se mostrou aplicada à Inteligência Artificial quando analisada a teoria da decisão, que funde a teoria da probabilidade com a da utilidade, surgindo assim uma teoria completa para decisões. O estudo do cérebro é fonte da neurociência que foi capaz de identificar segmentações deste órgão e sua especificidade no corpo e funções humanos, que paralelamente ao uso computacional induz igual repartição de tarefas.
A psicologia por sua vez nos remete ao estudo cognitivo acima apresentado, tratando do estímulo traduzido em representação interna, que manipuladas de forma cognitiva derivam novas representações que se traduzem finalmente em ações. Contudo, todos os estudos que derivam do homem e natureza devem ser unificados à engenharia de computadores e controle cibernéticos, pois sem estes não teríamos os hardwares, softwares, sistemas operacionais, linguagens de programas e afins para aplicação dos estudos em discussão.
Finalmente, importante destacarmos a linguística para criação da IA, pois a compreensão da linguagem exige a compreensão do assunto e contexto, que induz assim a representação de conhecimento.
A partir dos anos 80, a aplicação da IA passou a compor o nível de estatística, reconhecimento de padrões e aprendizagem, resultando na mineração de dados como uma nova e vigorosa indústria.
Atualmente a IA está inserida em uma diversidade de aplicações, como planejamento autônomo de escalonamento, jogos, controle autônomo, diagnósticos, robótica, reconhecimento de linguagem e resolução de problemas, adentrando cada dia mais nas tarefas antes desempenhadas exclusivamente pelo homem que hoje se vê dependente dessa tecnologia para as atividades cotidianas.
A compreensão da IA e melhores formas de aplicação no meio que estamos inseridos representa um diferencial e possível posição de sobrevivência no mercado cada vez mais competitivo e tecnológico, não permanecendo alheia à nenhuma profissão ou atividade empresarial.
A pandemia gerada pelo Coronavírus (COVID-19) demonstrou para muitas empresas a eficiência e economia com a implementação do trabalho remoto (home office), trazendo a percepção, ou ao menos a indagação, diante a imprescindibilidade de se manter vultuosas estruturas físicas, locais presenciais de trabalho, análise de resultado do empregado por entrega no lugar de tempo e até mesmo limitações territoriais para contratação de colaboradores.
Apesar da crise que assola a todos, esta forma de trabalho remota pode ser encarada como um passo para evolução das novas configurações de relacionamento entre empregador e empregado, afastando um pouco mais a pessoalidade de presencialidade das pessoas, por consequência, um passo mais próximo da futura adoção cada vez mais presente da inteligência artificial.
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